Depoimento de meu amigo turco Sercan, em cuja casa Pippa esteve hospedada antes de partir (e de ser morta):
"Ao criar a paz, você enfrenta dificuldades. O mais importante é satyagraha, ou seja, insistir na verdade. Gandhi foi morto também quando trabalhava pela paz. Os riscos estão em todo o lugar. Temos de olhar positivamente para o futuro e com bons sentimentos. Se nós desistirmos e somente nos sentirmos tristes, quem mudará o mundo então?"
Palavras reconfortantes de minha amiga Márcia:
"Notícias como esta nos lembram de que o mal existe. Que está disponível para todos. Ele está aí, tão perto de nós, é parte infelizmente predominante do mundo em que vivemos. Por isso, a alegria de encontrar pessoas iluminadas. Porque são poucas. De tanto convivermos com elas, esquecemos às vezes do mal que predomina. Será que Pippa estava errada em seguir sua jornada? Será que a intuição dela não a alertou para o mal que se escondia naquela carona? Será que o fim violento é punição por ela ter sonhado, como muitos dirão (inclusive aquela voz alta dentro de nós)? Acho que não. Acho que não é só porque trilhamos o Caminho que estamos protegidos do mal. Não. Ele existe, simplesmente existe e não há o que possamos fazer se fizer parte do nosso Caminho cruzar com ele. O Deus que está em mim não adota a meritocracia segundo a qual aqueles que O ouvem gozarão de protecão divina integral e os que não O ouvemserão punidos. Não. (...) Acho que Deus simplesmente traça caminhos segundo a misteriosa lógica dele e pode ser que o encontro com o mal faça parte. Simples assim. Saber disso e ainda assim seguir o que nossa alma manda é, realmente, entregar a vida a Deus. Seguir o Caminho sem qualquer garantia de nada. Nem contra o mal. Essa é a verdadeira entrega."
Continuemos a jornada, portanto.
O sonho não pode morrer.
De novo Ferreira Gullar: "Porque nosso canto não pode ser uma traição à vida e só é justo cantar quando nosso canto arrasta consigo as pessoas e as coisas que não têm voz."
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