Não há vagas.
Não há buracos para eu me esconder.
Não, não há.
Quarto escuro fechado trancado sem janelas.
Janelas são perigosas.
Não, não há janelas.
Por baixo da porta há algum sinal de alguma coisa.
Mas não há chave para abrir a porta,
Não essa porta, não aquela chave.
Não, não há.
Não agora.
Estou presa ao não
E ao há
Em cada mão um não
No coração, o há.
Não reconheço
O tempo, o tudo:
Essa vida externa que acontece à revelia.
Cá dentro já não acontece nada.
O tempo tudo parou
E tudo parou o tempo.
Sentimentos, excrementos, movimentos?
Não, não há.
Há dois não.
Há não e não.
Não? Não? Há?
Não, não há.
Um comentário:
gosto desse, Mafê. interpreto da minha forma e me identifico do meu jeito.
feliz páscoa!
um beijo
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