quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

SÍNTESE

Foi por um acaso maroto,
Desses que soam como invenção.

Era como se eu passasse diante
Do meu próprio reflexo.
Era eu, era ele,
Éramos nós tão parecidos.
Crônica de Caio Fernando Abreu:
Pequenas epifanias.

Depois, foi como se ocupássemos
Cada qual seu posto na ponta do dia
Manhã e noite, ele sim, eu não,
Tão diferentes e impossíveis,
mas sempre em sintonia.
Filme de Julio Medem:
Amantes do Círculo Polar.

Névoa furacão tempestade estiagem
Tempo veio, tempo foi,
Futuro do pretérito, pretérito imperfeito
Presente ausente
Nós dois
Conto de Clarice Lispector:
Tentação.

E, por fim,
Há que se terminar a história
Mesmo que ela não tenha propriamente um fim
Ante até contra de para perante
Conosco ou sem nós?
Concordo com Manuel Bandeira.
Amar é mesmo um verbo
Para lá de intransitivo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Você é perfeita!

Anônimo disse...

êêê, srta. capitu, sempre com versos tão bem expressos!
beijim, erika

Débora Didonê disse...

nossa, que acontece assim com tanta palavra bonita? preciso te devolver minha má companhia!