Esses pistaches que agora como
Na frente da janela, cortina esvoaçante,
Nuvens afetuosas,
Têm o gosto de você.
Mas você também está no mel do chá,
Água esquentada na panela,
Xícaras gêmeas, vermelhas,
Mel que vai adoçando devagar.
Tem você na cerveja e água com gás
Misturadas à saliva e às solas dos nossos pés
Na quentura de uma madrugada bêbada e pueril,
Que tem sua temperatura.
Tem você quando eu fecho os olhos
Tentando dormir e você me povoa,
Tapando meus poros e me fazendo ofegar.
Você reaparece na letra de tango,
Um tanto alegre e rebolada,
E preenche o palco com seus trejeitos
Que me seguram, leve,
Junto ao seu corpo.
O som de todas as canções do mundo,
Nesse momento,
Carregam você de lá pra cá e de cá pra lá.
Então me resta aceitar
A eternidade de você
Você na minha existência
Existindo o tempo que tiver de durar –
Esse é meu presente,
Repetitivo que seja,
Permanente e instantâneo.
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