quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

aridez





há dias em que a água se torna escassa e some o rio, e some o mar, e some a chuva, e some até o sentir da gente. há dias em que o sorriso resseca, o abraço atrofia, não existem mais beijos ou cometas. há dias em que o verde conspira contra e que uma infinidade de invenções escondem as verdadeiras vontades. são dias. mas dias que se desfazem tão logo se tornam ocos. ocos ocupados por formigas que aprenderam a não chorar, mas a poupar agruras. nesses dias secos, sonho. sonho e sumo, sonho e somo, sonho e húmus.

Um comentário:

Usui de Itamaracá disse...

Sonhar e proliferar seus dias.

Tão doce de ler! =D