domingo, 10 de maio de 2009

sonhação sonhalinda sonhaminha

(Vereda de Cordisburgo, MFV, 2009)

Às epifanias de Cordisburgo, ecoantes


Tem um silêncio antigo,
Antigo,
Guardado no meio do mato
Na vereda escondida, escondida,
Sob a boiada que atravessa o sertão.

Pare, escute,
Ai, Zé, opa! -- disse o Guimarães.
A poesia
-- uma moda de viola na barbearia
Uma prosa saborosa na nova loja do Brasinha
Um caldinho de sonhação.

Trem bão, trem bão...
Um grande sertão...
De veredas cristalinas
E um monte, monte, monte de histórias não-ditas
Como aquela do Preditão.

Tem luz que a gente não sabe origem
Que desconhece quem acende ou quem apaga
Um brilho que acompanha o rumar na floresta escura,
Ué, ué, ué?

Querer? A gente paaaaaaaaaassssssaaaaaaaaa
Pelo tempo, parado esse tempo,
Que nem boi no pasto. Laaaaargo...
Queira, não, viiiiivaaaaa...

O quem das coisas, é o que é,
E não as coisas de quem:
São falas de todos os jeitos
Contações contadas sonhadas carameladas
De todas as gentes, mesmo dos mais miúdos,
Pessoações.

E o silêncio antigo, dos mais antigos,
Do tempo de quando o sol apagou e foi noite todo o dia, todo dia,
esse silêncio
Acompanha a vida, os grilos, o ziguezague do ribeirão,
Corda, corda, mais corda,
Avance os trilhos!, eia, coração.


Era uma vez um burgo
em que se contavam histórias
e nesse burgo havia eu.

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