Foram anos e anos de monólogo.
Histórias que eu mesma criava, interpretava, dirigia.
Entrava em cena para dialogar comigo mesma, muitas vezes
Achando que falava com alguém. Com quem?
Contracenava com personagens que eu mesma criava.
Começava e terminava histórias com igual desenvoltura.
Hoje vejo o palco semi-iluminado e sinto um vazio.
Vazio de talvez nunca ter estreado uma peça verdadeira,
De ter ensaiado tanto, tanto, mas sempre sozinha.
Quantos personagens passaram por minha vida,
Mas foram poucas as pessoas.
Quantos personagens eu já fui,
Mas quanto tinham de mim mesma?
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